segunda-feira, setembro 29, 2008

Será possível vivermos através dos outros o que não conseguimos viver em nós mesmos?

quarta-feira, setembro 24, 2008

La Vie En Rose - Edith Piaf

Des yeux qui font baiser les miens,
Un rire qui se perd sur sa bouche,
Voilà le portrait sans retouche
De l'homme auquel j'appartiens

[Refrain]
Quand il me prend dans ses bras
Il me parle tout bas,
Je vois la vie en rose.
Il me dit des mots d'amour,
Des mots de tous les jours,
Et ça m'fait quelque chose.
Il est entré dans mon coeur
Une part de bonheur
Dont je connais la cause.
C'est lui pour moi,
Moi pour lui dans la vie,
Il me l'a dit, l'a juré
Pour la vie.
Et dès que je l'apercois
Alors je sens en moi
Mon coeur qui bat

Des nuits d'amour à plus finir
Un grand bonheur qui prend sa place
Des ennuis des chagrins s'effacent
Heureux, heureux à en mourir.

[au Refrain]

La vie en rose - Louis Armstrong

Edith Piaf - La Vie En Rose

SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ªfeira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente ...

E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

(Mário Quintana - Esconderijo do tempo)
Fere de leve a frase... E esquece... Nada
Convém que se repita...
Só em linguagem amorosa agrada
A mesma coisa cem mil vezes dita.

(Mário Quintana)

POEMA DA PRIMEIRA VEZ

Minha primeira vez foi assim...

O céu estava claro,
A lua quase dourada,
Ali no campo eu e ela,
E não se via mais nada.

A pele suave,
Ela de quatro,
As ancas expostas,
Os quadris largos,
E eu tocando de leve,
O macio de suas costas.

Não sabendo começar,
Olhei o corpo esguio.
E decidi pôr as mãos,
Sobre seus peitos macios.

Eu sentia medo.
Meu coração forte batia,
Enquanto ela bem lentamente,
As firmes pernas abria.

Vitória! Eu consegui!
Tudo então melhorou.
Pelo menos desta vez,
O líquido branco jorrou.

Finalmente tudo acabou,
E quase saio de maca.
Foi assim à primeira vez
Que eu tirei leite da vaca.

(autor desconhecido)

Desabafo de Uma Vaca

Gasses

Vaca Leiteira

Rua Sésamo - Vaca

A árvore dos Patafúrdios - Genérico

A árvore dos Patafúrdios - Excerto do 1º episódio

quinta-feira, setembro 18, 2008

É angustiante pensar que posso morrer a qualquer instante.
Seria um pouco menos se estivesse certa que não voltaria a viver.

quinta-feira, setembro 11, 2008

Yann Tierson

Como é por dentro outra pessoa

Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.

(Fernando Pessoa)

Definição

Loucura: O que nos faz viver intensamente. O meio que nos permitirá sentir que a vida vale a pena ser vivida.

Não podemos SER sem palavras?

Não é de surpreender que as palavras, no sentido linguístico do termo, sejam tão pobres em substância que não consigam exprimir, em toda a sua essência, os nossos sentimentos mais intimimos (já todos experimentámos isso). Na verdade, muitos não são de todo racionalizáveis e, portanto, impossíveis de se exprimirem.
Não será a palavra o meio usado pela razão individual (procurandovalorizar-se face às emoções) para tentar impor ao outro o entendimento de cada alma, demodo a satisfazer a estúpida necessida de afirmação? Será ela a responsável pela criação do estereotipo e adequação das nossas emoções face às vivências individuais? Isto é, se a palavra (escrita ou falada) não existisse, existiria alguma coisa que nos fizesse preocupar com "politicamente correcto"?

O que se passa, e poderá ser mais ou menos geredor de sofrimento, é que, à custa do "politicamente correcto", muitas vezes, o que Somos não podemos ser, e o que Somos é fundamentalmente o que sentimos e não o que pensamos, muito menos o que pensamos que sentimos ou que nos permitimos a sentir, pois tal é irremediavelmente condicionado pelas convenções, que geram o tal "politicamente correcto".

Para quê usarmos as palavras para partilharmos o que Somos?

terça-feira, setembro 09, 2008

Não há nada que esteja só; nada pode estar em completa solidão: o que existe necessita de outro para ser.

(Leopoldo Schfer)

Sossega coração

Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição dos seres.

Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperança a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo,
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho concebê-lo!

Sossega, coração! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme.
A grande, universal, solene pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.

(Fernando Pessoa)

A Educação pelo Pó

Os fatos e coisas do cotidiano,
Parecem-nos doces e sadios.
Encarnam a doçura daquilo que não se esvai,
Como se o tempo e a felicidade se estendessem ao infinito.
Entretanto, doces enganos são
Estes pensamentos seguros a respeito do mundo.
Tolos somos todos, nós que acreditamos naquilo que nos cerca,
E nos deixamos seduzir pelo canto das sereias.
Nada mais fugaz do que o tempo,
Nem mais frágil do que a felicidade.
Tudo é inseguro, tudo é fugaz,
E de certeza só a morte fatal.
Que as rochas durem quase uma eternidade, aceitemos!
Que a
gua se renova num ciclo indestrutível aos nossos olhos, tudo bem!
Mas isto não garante a eternidade das coisas.
Do concreto ao pó, basta um átimo de segundo.
Basta um piscar de olhos e a fortuna ataca,
E nós, desprotegidos, nos afogamos nas águas turvas do mecanismo insano do universo.
Apegamo-nos demais às coisas e à nossa felicidade.
Como se fossem a representação do absoluto.
E então, no instante inesperado, desfaz-se o nosso mundo bem construído.
Deveríamos apreender a dura lição do pó.


(Clóvis Brondani)

Qual dos Dois?

Abandonou-me a vida displicente,
fria, calada, sem medo e sem dó...
Aquela cuja vida tão somente,
era meu coração, o meu Jacó.
Agora, eu subo os montes tristemente,
olho o rico passado, como Jó...
Ouço as desilusões na minha frente,
que gritam com desprezo: SIGA SÓ.
Como seguir assim sem coração?
pois eu o dei com tanta devoção,
com tanta devoção que não pensei.
montanhas, ó gritos, ó passado,
respondei-me: FUI EU ABANDONADO?
OU TIVE O PARAÍSO E REJEITEI?

(Mário Ribeiro Martins)

sexta-feira, setembro 05, 2008

Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que fez tua rosa tão importante.

(Antoine de Saint Exupéry, "O princepezinho")
Amor são duas solidões protegendo-se uma à outra.

(Rainer Maria Rilke)
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

(Antoine de Saint Exupéry)

A Educação pelo Pó

Os fatos e coisas do cotidiano,
Parecem-nos doces e sadios.
Encarnam a doçura daquilo que não se esvai,
Como se o tempo e a felicidade se estendessem ao infinito.
Entretanto, doces enganos são
Estes pensamentos seguros a respeito do mundo.
Tolos somos todos, nós que acreditamos naquilo que nos cerca,
E nos deixamos seduzir pelo canto das sereias.
Nada mais fugaz do que o tempo,
Nem mais frágil do que a felicidade.
Tudo é inseguro, tudo é fugaz,
E de certeza só a morte fatal.
Que as rochas durem quase uma eternidade, aceitemos!
Que a água se renova num ciclo indestrutível aos nossos olhos, tudo bem!
Mas isto não garante a eternidade das coisas.
Do concreto ao pó, basta um átimo de segundo.
Basta um piscar de olhos e a fortuna ataca,
E nós, desprotegidos, nos afogamos nas águas turvas do mecanismo insano do universo.
Apegamo-nos demais às coisas e à nossa felicidade.
Como se fossem a representação do absoluto.
E então, no instante inesperado, desfaz-se o nosso mundo bem construído.
Deveríamos apreender a dura lição do pó.
A lei universal à qual todos estamos submetidos.
O pó: eis o grande destino de tudo.
A que pedagogia impressionante ele nos submete.
Mas sempre esquecemos a lição,
Como péssimos alunos que insistem em acreditar nos contos de fada.
O tempo: grande deus que a tudo consome,
Nos ilude com a promessa da eternidade.
Nos imaginamos eternos e não compreendemos o significado mágico do instante.
Desconsideramos o instante em nome do eterno,
Confiamos demais na permanência das coisas,
E desaprendemos a trágica lição de Heráclito.
Devemos permanecer sempre atentos,
A fera na selva nos espreita,
E no seu bote fulminante,
Com suas garras nos transformará, juntamente com nossas coisas e crenças,
Num pequeno montículo de pó,
O que em verdade, sempre fomos.

(Clóvis Brondani)